Na quinta-feira, 14 de setembro, em Copenhaga, a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, realizou uma cerimônia de batismo histórica para marcar a entrada oficial do primeiro navio do mundo a funcionar com bio-metano na frota da Maersk, a líder da indústria dinamarquesa. Este navio revolucionário, construído na Coreia do Sul pela Hyundai Heavy Industries (HHI) e equipado com um motor de duplo combustível, recebeu o nome de "Laura" e está prestes a operar principalmente no Mar Báltico a partir de outubro.
O "Laura" é um exemplo notável de avanço na busca por alternativas ecologicamente corretas no setor de transporte marítimo. A inauguração do navio contou com a presença de Vincent Clerc, CEO da Maersk, que destacou o metanol verde como o "combustível preferido" da empresa, destacando sua capacidade de atender às demandas da neutralidade de carbono.
Clerc enfatizou a urgência da situação, afirmando que tanto a Maersk quanto o clima não podem mais se dar ao luxo de esperar por soluções futuras. A cerimônia também incluiu o tradicional lançamento de garrafas no casco do navio por Van der Leyen, simbolizando um marco na transição para um transporte marítimo mais sustentável.
O metanol verde, também conhecido como "e-méthanol" ou "metanol verde", é produzido por meio da combinação de dióxido de carbono (CO2) e hidrogênio verde, este último obtido a partir da decomposição das moléculas de água usando eletricidade de fontes de energia renovável, um processo conhecido como "eletrólise da água".
Nos últimos dois anos, a Maersk, como a segunda maior empresa de transporte de contêineres do mundo, fez encomendas de vinte e cinco navios movidos a metanol verde. Dezenove desses navios estão atualmente em produção e se espera que estejam operacionais até 2025. Essa iniciativa está estimada para reduzir as emissões anuais de CO2 em cerca de 2,3 milhões de toneladas.
Vale ressaltar que o setor marítimo é responsável por aproximadamente 3% das emissões globais, tornando essencial a busca por soluções inovadoras para reduzir seu impacto nas mudanças climáticas. O navio "Laura" é um exemplo inspirador, economizando 100 toneladas de CO2 por dia em comparação com um navio gêmeo movido a óleo combustível.
A Maersk, que vendeu sua divisão de petróleo para a TotalEnergies em 2017, reafirma seu compromisso com a sustentabilidade ao estabelecer uma meta ambiciosa de atingir um balanço neutro em carbono até 2040, contribuindo assim para um futuro mais verde e responsável no setor de transporte marítimo.